segunda-feira, 18 de abril de 2016

Sobre ser uma péssima mãe!

Ola! Meu nome é Maice e eu tinha 20 anos quando comecei a passar mal, não suportava o cheiro de nada, nem do meu companheiro. Um ultrassom revelou o que eu tanto temia: 7 semanas e 1 dia de gestação. Ele era do tamanho da minha unha do dedinho.

Entrei em choque, minha mãe do lado toda feliz já o chamava de MEU NETO,  o pai quando recebeu a noticia me beijou e me abraçou, MEU DEUS DO CÉU SÓ QUE QUE ESTAVA PENSANDO O QUE FAZER COM UM BEBÊ AOS 20 ANOS???? Desempregada, recém saída da casa da mãe, sem uma faculdade, sem saber como baixar uma febre em mim????

Aos quatro meses de gestação eu senti pela primeira vez ele se mexer, foi incrível, comecei a conversar com ele, pois no livro que compramos dizia que se tinha que falar com o bebê na barriga, não me lembro o motivo, mas o fiz. Mesmo mexendo cada vez mais e a barriga ficando enorme, eu ainda pensava (PALAVRÃO) NÃO POSSO SER MÃE, SEREI UMA PÉSSIMA MÃE, NÃO TENHO PACIÊNCIA COM CRIANÇA, E NÃO QUERO UM BEBE, NÃO SEI CUIDAR!!

Nunca atentei contra a vida do meu filho, mas na minha cabeça isso ficava cada vez mais latente, “O QUE OFERECER PRA ELE, EM QUESTÃO DE EDUCAÇÃO SOU UMA BOCUDA, EM QUESTÃO DE TUDO? EU DISCUTO TUDO, SOU TEIMOSA, SOU PESSIMA!”
Com 42 semanas minha mãe me levou pra maternidade, não entrei em trabalho de parto, estava muito tranqüila, nunca tive medo de dar algo errado, embora nunca tivesse feito qualquer tipo de cirurgia. Aos 19 de outubro de 2016 12:08hr AM, ou vi um choro muito bravo, e um bebe roxo deitou no meu colo, GENTE DO CÉU, QUE MENINO INCHADO E DE CARA FECHADA, E ENORME (53CM).

Primeira coisa que eu disse?
OI, SOU SUA MÃE DOIDA! E VOCE AINDA NÃO TEM NOME PORQUE EU E SEU PAI ESTAMOS DISCUTINDO SOBRE ISSO AINDA!
Pois é, nove meses depois ainda estávamos brigando pelo nome.
ANDREW EDUARDO, foi o que decidimos. E ele tem super cara do nome dele.
Ok comecei a ouvir que era uma péssima mãe logo que o levamos pra casa.
O pai dele resolveu que eu não iria para a casa da minha mãe ser cuidada la durante a “dieta pós parto”. O que a deixou muito magoada e uns dias sem ir na minha casa. Contudo ele trocou fraldas, secou o humbigo, deu banho, pos pra arrotar, pegou no berço durante a noite... fez tudo. Mas eu ainda me sentia uma péssima mãe.
Aos três meses de vida nós saímos pela primeira vez pra passear, o tempo virou e por causa de uma corrente de ar fria, ele ficou doente, chorou 3 dias e três noites, sem dormir, sem amar, vomitava e tinha febres incríveis, foi a minha primeira prova como mãe realmente, fiquei os 3 dias sem dormir 5 min. Chamei o SAMU, desesperei e percebi que eu era mãe de evrdade, ali naquele momento, é demorei pra perceber e daí?

Naquela hora eu sabia que teria que lutar pela vida dele o resto da minha. E então me tornei realmente uma péssima mãe, como todos pensavam.
Meu filho foi crescendo, e eu nunca escondi dele que falo palavrões, que bebo, que tenho defeitos. Com ele eu sou autentica e isso não interferiu em nada a educação que dei a ele.
Quando estava aprendendo a andar e sempre caia e ralava os joelhos e levantava os braços pra mim com aquela cara de choro, eu dizia em pé, na frente dele: MACHUCOU? TEM SANGUE? LEVANTA E TENTA DE NOVO.. E DE NOVO... ATÉ DAR CERTO!
E ele não chorava mais quando caia, se levantava espanava as mãos e joelhos e ia novamente caminhando, pulando, correndo. Eu já ouvi dizerem:  COITADO DESSE MENINO, CRESCENDO SEM AMOR, SEM AMPARO, VAI SER TRAUMATIZADO.
Com 4 anos ele aprendia a andar de bicicleta e tirei as rodinhas, de repente um capote, feio até, caiu da bicicleta e ralou os joelhos, sangrou. Corri na direção dele pra socorrer, ele se levantou olhou o sangue no joelho, a bicicleta caída e disse MÃE, QUASE CAI!

Meu coração ficou tão pequeno, mas parei e esperei a reação dele, que foi ir até o tanque e lavar o dodói, que ardeu mas ele agüentou firme. Reação TIPICA de uma péssima mãe.
Eu disse que dizer palavrões quando se e criança é muito feio, não é bonito pra mim também, mas eu já cresci e moro sozinha e posso dizer MAS QUE PORRA É ESSA? Quando o cachorro faz xixi no tapete, ou  VAI SE FODER, quando alguém me incomoda, já sou adulta, e falo na frente dele, ele nunca repetiu nada, e sabe que no serviço ou na frente de outras pessoas temos que ser muito bem educados. E então certa vez ele ouviu de um colega na escola que ele era FILHO DE PUTA,  e entrou em conflito pessoal, como responder sem ofender, e como me contar sem dizer o palavrão. Achei incrível ele me dando pistas para eu tentar descobrir.
Me chamaram na escola pra reclamar dele, MÃE O ANDREW CONVERSA MUITO, ATRAPALHA OS COLEGUINHAS E NÃO COPIA MATÉRIA. O que eu disse quando chegamos em casa?
Peguei uma vara de goiaba, dei uma surra nele e deixei de joelhos no feijão...ops pêra, não, isso aconteceu comigo. Com ele foi diferente, mandei ele se sentar e disse: FILHO, O QUE ESTA ACONTECENDO? VOCÊ NÃO CONSEGUE ACOMPANHAR PORQUE NÃO QUER? PORQUE NÃO ENTENDE? PORQUE?
Ele geralmente não responde nada, ou fala muito baixo, então eu disse:
EU CONVERSAVA MUITO NA SALA, NÃO COPIAVA MATÉRIA, NÃO GOSTAVA DE FAZER ISSO, DESENHAVA O TEMPO TODO, NO CADERNO, NAS MESAS, NA PAREDE. NÃO TINHA MATÉRIA NO MEU CADERNO. MAS NA EXPLICAÇÃO EU PRESTAVA ATENÇÃO, PORQUE EU GOSTAVA DE ESTUDAR, GOSTAVA DE APRENDER, MAS NÃO GOSTAVA DE COPIAR, E GOSTAVA MUUUUUUITO DE CONVERSAR À TOA. EU TINHA NOTAS NAS PROVAS, EU BRIGAVA NA ESCOLA, XINGUEI PROFESSOR, FUI PRA SALA DA DIRETORA, MAS EU TINHA NOTA.
ENTÃO, VOCÊ NÃO PRECISA SER O PRIMEIRO DA FILEIRA, COPIAR TUDO E JAMAIS TROCAR UM PIO COM OUTRO COLEGA. MAS TEM QUE APRENDER. VAI TE FAZER FALTA NO FUTURO, VAMOS TENTAR DESCOBRIR UMA FORMA DE TE FAZER SENTIR PRAZER EM ESTUDAR.
Péssimo conselho de uma péssima mãe. Depois das provas eu recebi as notas 10, 8,0 e 7,5. De uma media que vinha em torno de 5,0. Em uma outra ocasião ele foi agredido na escola, apanhou. E lá vamos nós conversar com os responsáveis da escola, o que eu ouvi da coordenação?
MÃE VOCÊ TRABALHA MUITO, ESTUDA, É AUSENTE. NÃO SERIA HORA DE PARAR E PRESTAR ATENÇÃO NO SEU FILHO? ELE PRECISA DE VOCÊ E INFÂNCIA SÓ TEM UMA. EU PARARIA SE MEU FILHO PRECISASSE DE MIM.
Ok, lá estava eu uma péssima mãe novamente, que sai de casa as 7hr todo dia, cumpre 8hr de trabalho, e cursa arquitetura a noite. Visando um futuro próspero onde eu possa pagar uma faculdade, cursos extras pra ele, fazer uma compra mensal onde na tenha apenas arroz, feijão, batatas e detergente. Mas quem sou eu pra pensar no futuro? Ele precisa de mim presente em casa todo dia AGORA. IMAGINA UMA MÃE TRABALHAR E ESTUDAR, PRA QUE? SE O PAI GANHA BEM?

Deve ser por isso que a louça la em casa sempre esta suja na pia. Ele não precisa crescer sabendo que a mãe dele saiu todo dia de casa pra fazer tudo isso, ele precisa crescer sabendo que diante da dificuldade de fazer tudo isso, a mãe dele preferiu esperar ele crescer e tomar um rumo na vida do que correr atrás em nome dos dois enquanto ele era pequeno. Ele precisa chegar em casa e ver a mãe dele la deitada no sofá vendo novelas, ou lavando, passando roupas. É isso que uma mãe tem que fazer. La vai eu a péssima mãe explicar em casa depois de ouvir MÃE PORQUE EU APANHEI SE EU NUNCA FIZ NADA DE RUIM PRA ELE?
FILHO VOCÊ APANHOU, PORQUE PROVAVELMENTE NA CASA DELE ELE JÁ SOFREU UMA AGRESSÃO (POIS É NUNCA BATI NO MEU FILHO, MAS UM MOTIVO PRA SER PÉSSIMA, ELE NÃO FOI EDUCADO COM AGRESSÃO, NÃO TEM MEDO DE MIM). SE ELE FOI AGREDIDO EM CASA, ELE DEVE PENSAR QUE É ASSIM QUE SE RESOLVE UM PROBLEMA, MAS VOCÊ NÃO VAI BATER DE VOLTA, MAS SE DEFENDA. NÃO É PRA APANHAR DE NINGUÉM, SAI DE PERTO, EMPURRE, SE NÃO PUDER EVITAR FAÇA O QUE ACHAR MELHOR. NÃO É PORQUE NUNCA FEZ NADA DE MAL A ALGUÉM, QUE NÃO RECEBERA O MAL EM TROCA. APRENDA QUE OFERECEMOS O QUE TEMOS A OFERECER.

E então nos dias seguintes eu ouvi:  TROCA ELE ESCOLA, SE VOCÊ ENSINASSE ESSE GURI BATER, ELE NÃO TINHA APANHADO, SE ELE SE ALIMENTASSE DIREITO ELE NÃO TINHA APANHADO (ELE NÃO COME CARNE, POR ISSO ACHAM QUE ELE NÃO SE ALIMENTA DIREITO, NÃO O BRIGO A COMER, É UM DIREITO DELE)! JÁ TROCOU ESSE GURI DE ESCOLA OU VAI ESPERAR ALGUÉM MATAR ELE?
Não vou trocar de escola, porque como péssima mãe que sou, eu acho que ele deve encarar os problemas dele,  “chame o menino pra conversar, ou ignore-o, a decisão e sua, mas não apanhe novamente dele. Não vou sair da escola? Não, você tem que resolver seus problemas, esse não e primeiro e não será o ultimo, a gente não foge, a gente luta.”

Ele chamou e explicou pro menino, que ele não fez nada pra merecer apanhar, que nada justifica a agressão, e hoje são colegas. Morri de orgulho, por ser uma péssima mãe!

Hoje ele tem nove anos, e leva a própria roupa, sabe fazer arroz e macarrão, porque se precisar se virar sozinho, pelo menos de fome ele não morre, passa semana na casa do pai, porque moramos separados e porque eu não abri mão da faculdade ou trabalho. Nos vemos sábados domingos e feriados, fazemos maratona de filmes, bagunçamos a casa, as vezes nem limpo a casa aos finais de semana, so bagunçamos mesmo. Comemos porcarias ao invés de fazer janta, como ir ao espetinho da esquina. E todo dia ele dorme abraçado a mim, e diz que ME AMA! QUE EU SOU O AMOR DELE.


E me conta tudo o que sente, o que pensa, me da broncas, me corrige por algo que ensinei a ele mas eu mesma fiz errado. Eu não quero ser uma boa mãe perante a sociedade. Eu quero ser uma péssima mãe pra sociedade, a sociedade que SE DANE , INCLUSIVE! Porque aquele bebê que eu não sabia se ia poder cuidar, ta virando um rapaz lindo e me ama! E é só do amor dele que eu preciso pra ter a força necessária pra suportar os dias de luta!!!























Att Péssima mãe do Andrew.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Bem vinda, Maice Parreira!

Olá pessoas! hoje estou aqui para contar para vocês que a partir de hoje teremos a companhia da maravilhosa Maice Parreira como colaboradora do nosso blog! Com assunto atuais, interessantes! Acadêmica de Arquitetura, mãe, lutadora de Muay thay todas nós ganhamos com essa lindona!